segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Capacitação interessa mais a novos professores

Professores em início de carreira estão mais propensos a investir na sua capacitação profissional do que aqueles há mais tempo no magistério. É o que sugere a pesquisa feita pela mestre em Políticas Sociais pela UENF Lucimarie Louvain, intitulada ‘Política pública de formação continuada de professores: um estudo de caso na modalidade de educação a distância no Estado do Rio de Janeiro’.

Sob orientação da professora Silvia Alicia Martinez, do Laboratório de Estudo da Educação e da Linguagem (LEEL) do Centro de Ciências do Homem (CCH), a pesquisa teve como foco o curso de extensão promovido pela Fundação CECIERJ em 2009, na área de Educação & Ciências. Foram entrevistados professores que participaram do curso e ainda o coordenador da área de Extensão da Fundação Cecierj.

— No início da carreira, o entusiasmo contribui para que os professores façam maiores investimentos na profissão. Com o decorrer do tempo, a rotina profissional e as particularidades que fazem parte das histórias de vida dos professores acabam interferindo no desempenho profissional. Além disso, a jornada excessiva e as precárias condições de trabalho provocam um desgaste na saúde e uma exaustão emocional que acabam comprometendo o interesse pelo aperfeiçoamento — diz Lucimarie.

Segundo ela, a pesquisa mostra a necessidade de uma maior integração entre o CECIERJ, as coordenadorias regionais de ensino e as escolas, no sentido de divulgar os cursos de educação continuada, bem como incentivar os professores a cursá-los. Mostrou ainda a necessidade de o Cecierj investir em cursos mais direcionados, dada a amplitude de áreas de conhecimento e de segmentos no ensino fundamental e médio.

— Acredito que na formação continuada a distância deveria haver uma atuação mais efetiva nos polos de atendimento, para o acompanhamento e orientação dos participantes — afirma Lucemarie.

A procura pela educação continuada a distância ocorre, em grande parte, devido à exigência de que os professores tenham qualificação. Lucimarie lembra que o Plano Nacional de Educação (PNE) de 2001 aponta a necessidade de melhoria da qualidade do ensino, com a valorização do magistério. E esta deve ser compreendida de forma global, implicando simultaneamente a formação inicial, as condições de trabalho, salário e carreira, bem como a formação continuada dos professores em atuação.

— No entanto, os cursos a distância requerem disciplina e comprometimento. Como não há um professor por perto, certificando-se de que tudo está sendo produzido, o aluno deve garantir algumas horas de seu dia para a leitura dos conteúdos e participação nos fóruns de discussão, onde pode trocar ideias sobre a matéria com outros alunos — diz.

As provas também acontecem online e são enviadas via e-mail ao tutor. Salvo exceções, quando avaliações presenciais são previamente combinadas no momento da inscrição no curso. Estas deverão acontecer no polo escolhido pelo participante ou em outro local indicado pela coordenação do curso. O estudo mostra que a maioria dos inscritos reside em cidades próximas às sedes do CECIERJ. Provas e aulas presenciais, que ocorrem eventualmente, transformam-se em grandes custos aos que não moram perto dos polos.

Se quiser saber mais sobre a pesquisa, veja a dissertação aqui.

Fúlvia D'Alessandri
Ana Clara Vetromille

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