sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Pesquisa da Uenf ganha prêmio Milton Krieger

Suzane Ariádina de Souza, ao ganhar o Prêmio
O trabalho intitulado “O papel de PQQ na resistência a estresses abióticos em Gluconacetobacter diazotrophicus e interação com Arabidopsis thaliana” de autoria da doutoranda Suzane Ariádina de Souza, do Programa de Genética e Melhoramento de Plantas da UENF, recebeu o prêmio Milton Krieger, oferecido pela Sociedade Brasileira de Genética. A entrega do Prêmio foi realizada durante o 59º Congresso Brasileiro de Genética, que ocorreu entre os dias 16 e 19/09, em Águas de Lindoia, São Paulo.

Ao todo, foram 878 trabalhos inscritos desenvolvidos no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai.O trabalho da UENF, que conquistou o primeiro lugar na categoria "Genética de Microrganismos”, foi desenvolvido sob a orientação do professor Gonçalo Apolinário de Souza Filho, do Laboratório de Biotecnologia (LBT), e coorientação da professora Aline Chaves Intorne, do Laboratório de Fisiologia e Bioquímica de Microrganismos (LFBM), ambos do Centro de Biociências e Biotecnologia da UENF.

A pesquisa teve como principal objetivo investigar o papel da molécula PQQ na tolerância a estresses abióticos em Gluconacetobacter diazotrophicus e interação com  Arabidopsis thaliana. Gluconacetobacter diazotrophicus é uma bactéria que promove o crescimento vegetal, agindo no controle biológico de patógenos. Esse microrganismo apresenta alta tolerância a diferentes estresses ambientais, incluindo metais, salinidade, pressão osmótica e calor.

Segundo Suzane, Gluconacetobacter diazotrophicus foi isolada de cana-de-açúcar, porém a pesquisa utiliza a Arabidopsis thaliana por se tratar de uma planta com curto ciclo de vida e mais fácil de ser trabalhada em laboratório.

— Trata-se de uma planta modelo muito utilizada por pesquisadores da área de biologia molecular. Iniciamos o estudo na Arabidopsis thaliana para posteriormente termos a possibilidade de trabalhar com outras plantas como a cana-de-açúcar. — explica.

Suzane conta que o processo de pesquisa foi iniciado ainda em 2009, quando a professora Aline cursava doutorado e desenvolvia um estudo na biblioteca de mutantes do LBT.

— Ao fazer a caracterização, ela observou que alguns mutantes não solubilizavam fósforo e zinco e achou interessante. Iniciamos o processo de identificação desses mutantes e verificamos que eles pertenciam à via PQQ. A Pirroloquinolina quinona (PQQ) pode ser encontrada não só em bactérias, como também em plantas e animais. É uma molécula muito importante, pois possui atividade antioxidante, faz parte da produção de vitaminas e é muito utilizada na fabricação de medicamentos — diz.

Suzane afirma que o trabalho já possui dados suficientes para ser finalizado e deve ser publicado até o final desse ano. A doutoranda destaca a importância do trabalho premiado e afirma que pretende dar continuidade à pesquisa até 2015, quando concluirá o programa de doutorado.

— Esse trabalho é importante porque conseguimos estudar a importância da molécula PQQ, tanto para a bactéria quanto para a planta. Pretendo dar continuidade à pesquisa através do estudo de outros mutantes — afirma.

Rebeca Picanço

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