segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Coluna Infinitum



Conhecendo as Escolas Jônica e Pitagórica e sua influência nas ideias cosmológicas

Adriana Oliveira Bernardes
Mestre em Ensino de Ciências - UENF

Inicialmente as explicações a respeito do universo tinham características fortemente religiosas: o universo, tudo que existia nele e todos os fenômenos observáveis eram fruto da ação dos deuses; assim surgiram as cosmologias antigas.

Os egípcios, por exemplo, acreditavam que o universo era constituído por uma porção de terra em forma de travessa, atribuindo à Terra, ao Ar e ao Céu o status de divindades. Segundo eles, o Deus Terra sustentava o Deus Ar, que por sua vez sustentava a deusa Céu, que para eles eram respectivamente: Geb,  Shu e Nut. O Sol e a Lua eram explicados como resultado da trajetória de dois barcos, pertencentes a dois deuses, que atravessavam o céu todos os dias, passando por baixo da terra e aparecendo novamente no céu no dia seguinte.

Fonte: http://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2013/01/o-grande-livro-dos-signos-simbolos.html

Já os indianos acreditavam que habitávamos sobre a superfície terrestre, apoiada por uma tartaruga gigante de proporções gigantescas, sustentada por três elefantes, que para eles constituíam-se em divindades, dotadas de força suficiente para amparar a Terra.

Porém, num período de aproximadamente 900a.C, floresceram na Grécia explicações para o universo não determinadas pela ação e vontade de deuses. Estas foram de grande contribuição para a ciência. A Escola Jônica trazia explicações para o universo destacadamente sem aliar à ação ou  vontade de deuses. Nela destacaram-se filosófos como Heráclito, Empédocles e Anaxágoras, entre outros, trazendo grande contribuição à cosmologia. Esta escola era tradicionalmente ateia e explicava o universo como ação dos elementos ar, terra, água e fogo. Para eles, esse conjunto de elementos que deu origem a tudo que existe; e a interação entre deles que provocava os fenômenos observáveis em nosso planeta.

No mapa abaixo, podemos observar a proximidade entre as cidades que eram ligadas por comércio intenso, tendo a escola Jônica surgido na cidade de Mileto.


Já a Escola Pitagórica, apesar de mística — ou seja, acreditava em algo além do observável que viria antes dos elementos e era responsável pelos fenômenos relacionados a ele — introduziu a Matemática no desenvolvimento da cosmologia, influenciando modelos cosmológicos futuros. Sem dúvida nenhuma, a introdução da Matemática para explicação dos fenômenos observáveis foi um grande feito da Escola fundada por Pitágora de Crotona.

A Escola Pitagórica acreditava na alma como fator preponderante para a existência de todos os elementos que compunham o universo. Filolau, filósofo pitagórico, elaborou uma teoria cosmológica na qual haveria um fogo central responsável pelos fenômenos observáveis no universo. Este fogo era o centro do universo e moviam-se a seu redor a Contra Terra, a Terra, a Lua, o Sol e os planetas conhecidos na época: Mercúrio, Marte, Júpiter e Saturno.

Segundo Filolau, a Terra girava ao redor do fogo central. Mas não podíamos vê-lo devido à Contra-Terra, que protegia a Terra do fogo central. Neste modelo, a Terra não era o centro do Universo e se movia, o que é um grande passo em relação a teorias anteriores. Era também a primeira teoria a cogitar o movimento terrestre.

Sugestões de Leitura:
A Ciência Grega
www.disciplinas.stoa.usp.br/mod/resource/view.php?id=88260

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