quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Coluna Infinitum - E por falar em cometas...




E por falar em cometas...

Adriana Oliveira Bernardes
Mestre em Ensino de Ciências – UENF

Cometa Lovejoy no céu, observável com binóculos e telescópios de pequeno porte e pouca gente tendo oportunidade de localizá-lo e observá-lo... é uma pena!

Em relação a esta questão, é bom lembrarmos a importância dos clubes e grupos de Astronomia que se dedicam à divulgação do tema e da importância de suas ações junto ao público em geral. O trabalho realizado por tais grupos normalmente aborda a divulgação de eventos astronômicos, falando sempre de temas instigantes, além de propiciar a observação de tais fenômenos pelo público.

Acabo deixando aqui minha crítica à falta de apoio a tais grupos após o Ano Internacional da Astronomia em 2009, quando a maioria recebeu materiais e maiores condições para realizar suas atividades, tendo inclusive alguns projetos financiados. Sentimos falta de um maior apoio ao trabalho realizado por tais entidades.

Suas ações, que podem ser consideradas parte da educação não-formal — pois realizam atividades periódicas estruturadas e com fins educativos —, são importantes para a divulgação científica no país. Além disso, podem atuar em cidades de pequeno e médio porte que não necessariamente contam com instituições tais como museus, planetários e observatórios, que, por sua vez, comumente existem em cidades de grande porte no Brasil.

Mas vamos falar dos cometas!? Sem dúvida, a maioria das pessoas com mais de trinta anos ouviu falar, e muito, do cometa de Halley, que passou em 1986 e que poucas pessoas viram, mas que, porém, foi divulgado amplamente junto à mídia, principalmente no sentido de relembrar o pavor que provocou quando passou no início do século XX.

Mas o que é um cometa? Cometas são considerados corpos menores do sistema solar e seus núcleos são formados por gelo, poeira e fragmentos de rochas, possuindo desde poucos metros até dezenas de quilômetros. Quando se aproximam do Sol, a ação dos raios solares sobre o gelo dá origem a uma atmosfera chamada coma ou cabeleira, que os diferenciam dos asteroides, por exemplo. Além desta coma, é comum surgirem uma ou duas caudas.

Em relação a seu período, os cometas podem ser classificados em: de curto período, quando se aproximam do Sol em intervalos de tempo menores que 200 anos; e de longo período, quando esse tempo ultrapassa os 200 anos. Alguns cometas possuem aparições únicas, cujas trajetórias são parabólicas ou hiperbólicas, não retornando mais no interior do Sistema Solar.

O cometa de Halley tem período de 76 anos e é famoso por ter assustado muitas pessoas no início do século XX. Ao contrário dele, o Lovejoy tem um período de mais de 10 mil anos. Isso quer dizer que, quando ele passar aqui novamente, possivelmente não haverá vestígio de nossa civilização. Interessante, não?

As pessoas interessadas em Astronomia sem dúvida já ouviram falar na missão Rosetta, da Agência Espacial Européia, que teve por finalidade pousar num cometa chamado  67P/Churyumov-Gerasimenko, tendo se tornado a pioneira neste caso.

A sonda foi lançada em 2004 pelo foguete Ariane 5 e é composta de dois componentes: a sonda Espacial Rosetta e o pousador Philae. Sem dúvida, suas descobertas mudaram nossa maneira de entender tais corpos e contribuirão não só em relação a nossa visão do sistema solar como do universo como um todo.

Imagem da ESA, detalhes do cometa  67P/Churyumov-Gerasimenko


Sugestões de Leitura:
Rosetta: encontro com um cometa (em inglês):
http://rosetta.esa.int
Missão Rosetta:
 http://rosetta.jpl.nasa.gov/

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